terça-feira, 28 de setembro de 2010

C.

Eu sei, só se vive uma vez. Não há tempo para errar, é preciso ser perfeito. Hoje quem costumava me dizer "é isso aí", disse um "TÁ EXCELENTE", com ênfase, umas cinco vezes. Mas não é por causa disso que eu to escrevendo, só usei como exemplo. O que eu to querendo dizer, é que eu to tentando ser melhor. Tenho a convicção de que não sou uma pessoa má, se eu erro, machuco os outros, é querendo fazer o melhor, fazer o bem. Mas nem sempre eu sei distinguir o que é certo e errado. Eu to tentando ser mais empático com as pessoas, entender a forma como elas agem e seus motivos, antes de julgar qualquer coisa. Eu to sofrendo do meu próprio veneno. Errei com uma pessoa muito importante para mim, e agora ela está agindo comigo da mesma forma que eu tenho agido com você. Eu to sentindo como é difícil errar, ser o culpado, não ter perdão. Não to dizendo que você tenha culpa, que a maneira como eu tenho te tratado é por pensar isso, de forma alguma. Na nossa história não há culpados. Falo isso tentando ser empático comigo mesmo, senão jogaria sem dó toda culpa em mim. A verdade é que eu tenho procurado razões que justifiquem a minha fraqueza, que me mantenham afastado de você, quando o que eu quero realmente é estar do seu lado, te apoiar como sempre te apoiei. Sei lá, é difícil entender. Não quero impor nada pra ninguém, não quero mais do que você possa me oferecer. Eu perdi muito tempo tentando entender isso, acho que agora eu to conseguindo lidar melhor com o que eu sinto. Não garanto nem prometo nada, mas eu to me esforçando pra a partir de agora ser alguém melhor pra você, alguém que eu já fui, voltar aos poucos...claro, se você achar que é isso. Acho que nenhum dos motivos que eu tinha pode ser maior do que eu sinto quando te olho nos olhos. Não sei explicar, parece que eu vejo tua alma, me dá uma paz e ao mesmo tempo uma alegria, quebra a minha armadura. É algo sincero, sei que o que você sente por mim, nenhuma pessoa no mundo sente. To aprendendo, espero que não tarde, a dar valor a isso. Eu não acho que eu mereça, mas eu quero isso de volta. Não dá pra deixar pra amanhã, porque amanhã eu não sei onde nós estaremos. To tentando ser melhor comigo mesmo. Nós não temos mais 16 anos, não quero olhar pra trás um dia e me arrepender de não ter feito, de não ter dito algo que eu sentia. Eu não posso mais deixar de ser verdadeiro comigo, eu tenho que encarar as coisas sem medo. Se eu tiver que apanhar pra aprender, por favor me bata. Eu preciso de uma chance, eu sei que posso ser melhor, então porque não ser?
E quanto a você não me odiar, eu sei que é mentira. Você me odeia sim. E eu também te odeio :)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Tanto tempo, acho que nem sei mais escrever. Ando escondido das palavras, com medo do que elas querem me fazer dizer. Não tenho vontade de sair. Ultimamente tenho estado melhor sozinho. Acho que não é bem esta palavra, "sozinho". Por mais que eu queira, eu não estou sozinho, e nunca vou estar, sei disso. A palavra certa é "perdido". Não sei o que é pior, estar sozinho ou perdido. Sozinho eu posso ir a qualquer lugar, mas perdido eu não sei aonde ir. Às vezes eu não sei como agir em determinadas situações, e acabo não agindo, não falando, não fazendo o que eu quero. Pelo contrário, às vezes eu faço exatamente o contrário do que eu queria fazer. Não dá pra entender.
Tem coisas que não tem solução, ou então são muito simples que eu não consigo enxergar. Mas eu sei do que eu to falando. Existem duas coisas que estão me tirando o sono nos últimos tempos. E elas são completamente opostas. Uma coisa, quanto mais o tempo passa, pior fica. A outra, acho que só o tempo mesmo é capaz de resolver. Pode parecer exagerado, e é. Por isso se tornam problemas tão grandes. Se não fosse algo importante, não seria exagerado.
Não to gostando do que to escrevendo, melhor parar por aqui. Outra hora eu escrevo do meu jeito, criptografando os pensamentos. Assim tá ficando perigoso...

terça-feira, 27 de julho de 2010

Eu poderia ter matado essa Mariposa que insiste em ficar sobre a tela do computador. Mas eu a respeitei, lhe transmiti segurança. Agora ela não sai daqui, nem faço questão. Ela não se assusta mais com o que eu escrevo, com o barulho do teclado. Parece não se importar com minha presença. Caminha sobre as palavras que estou digitando com total liberdade. Ela pode voar pra qualquer lugar, mas estou escrevendo com o olhar fixo nela, com medo de que leve minha inspiração com o bater de suas asas. Estou escrevendo para a Mariposa que está sobre a folha do meu editor de texto, e ela parece entender por que estou fazendo isso.
Bateu as asas como se estivesse querendo falar algo para mim, então voou. A escuridão do quarto me impede de ver para onde foi, mas posso sentir que pousou em minha cabeça. Sinto ela andando sobre meus cabelos, interagindo com meus pensamentos. Tento fazer o mínimo de movimento para que ela não saia daqui. Eu quero que ela habite minha cabeça, não quero que abandone meus pensamentos.
A música diz que " os animais que capturei, todos eles se tornaram meus bichos de estimação" e que "tudo bem comer peixes, pois eles não têm sentimentos". Não há trilha sonora mais apropriada para esse momento do que a voz do Kurt. Faz pensar nas diferenças extremas do universo. Tudo está interligado. Desde os grandes astros até os seres vivos. O amor pode levar a insanidade, que pode levar a morte, que pode levar a paz, que pode levar a cura do amor e com isso, ao entendimento mútuo.
O espaço e o tempo estão interligados. É teoricamente possível projetar uma nave para viajar no espaço/ tempo a uma determinada velocidade, e visitarmos o futuro. É teoricamente aceitável. Mas é impossível voltar ao passado. Pode-se voltar ao dia em que se construiu a nave e se fez a viajem, mas só. O passado é inalterável, ao contrário do futuro. Tudo aquilo que foi feito, foi. Está repousando no passado, manipulando o presente e influenciando o futuro.
Talvez a poucos minutos atrás, eu tivesse matado essa Mariposa, que repousa em minha cabeça. Confesso que não me afetaria. Pode parecer insano isso que estou escrevendo, mas você só vai entender quando tiver uma Mariposa repousando em seus pensamentos...


PS: talvez eu quisesse escrever mais, mas depois que alguém ler, será passado. Pode ser mal interpretado, por isso, deixo esse texto em aberto, para que no futuro eu saiba usar melhor as palavras, e assim, ter certeza de que fiz a coisa certa.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Sem fôlego. Não disponho de Oxigênio suficiente no cérebro que me inspire a alucinar. Talvez mais tarde.

"Seu sorriso é tão resplandecente
Que deixou meu coração alegre
Me dê a mão
Pra fugir desta terrível
Escuridão

Desde o dia em que eu te reencontrei,
Me lembrei daquele lindo lugar.
Que na minha infância era especial para mim.
Quero saber se comigo você quer vir dançar.
Se me der a mão eu te levarei,
Por um caminho cheios de sombras e de luz.

Você pode até não perceber,
Mas o meu coração se amarrou em você
Que precisa de alguém
Pra te mostrar o amor que o mundo te dá.

Meu alegre coração palpita
Por um universo de esperança.
Me dê a mão
A magia nos espera.
Vou te amar por toda minha vida.
Vem comigo por este caminho.
Me dê a mão
Pra fugir desta terrível
Escuridão" ♫


To meio Dragon Ball hoje ;)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Respirou, mas ninguém percebeu. Gritou, mas ninguém deu ouvidos. Sentiu tudo a sua volta, cada palavra não dita, cada olhar perdido. Pulsou, bateu, descompassado. Imperceptível. Entrou em falso óbito. Todos lamentaram sua morte, mas ela recusou-se a aceitar. Acreditava que fosse durar pra sempre, que seria eterno. Recusou a despedir-se, segurou o choro com as unhas, virou as costas e foi embora.
Procurava por um lugar calmo, onde pudesse se abrigar do frio e da chuva. A noite escura trazia as lembranças, ainda recentes. Podia sentir o calor daquele abraço, e por algum momento, jurou ouvir sua voz calma, sentir o seu cheiro...Como você pode me deixar aqui? Perguntava-se.
Abriu os olhos, sentiu-se sufocado. Caiu em desespero. Gritava, esperneava, mas ninguém podia ouvi-lo. Era tudo escuridão. Havia pouco espaço, pouco ar, pouco tempo. Parou por um instante, incrédulo. Controlou a respiração, deixando-a mansa, mas não pode controlar as lágrimas. Lembrou de suas últimas palavras antes de dormir, elas ainda estavam ali. Não haviam saído de sua boca. Nunca chegaram aos ouvidos dela.
Não conteve o choro. Mesmo em silêncio, era um choro ensurdecedor. Sentada em frente à janela, olhava para o céu. Nunca o viu tão escuro e gelado. Seus olhos molhados nem se quer piscavam. Em frente à janela, estava distante. A medida que seus pensamentos tomavam conta de seu quarto escuro, adormecia.
Preparou-se para seus últimos suspiros. Com a luz do relógio, clareou seu teto, onde com grande esforço, foi capaz de talhar à unha, a sua última mensagem em vida:
"Faria alguma diferença se eu te dissesse que nunca ninguém te amou como eu te amo?" Até o último suspiro. Seus olhos fecharam-se, sua respiração cessou. Seu coração, que em vida carregou um amor letárgico, parou.
Acordou no meio da noite. Sentiu uma inquietação, um aperto no peito que doía na alma. Sua respiração estava ofegante. Parece loucura, pensou duas vezes. Mas na terceira, já estava decidida de que não seria tarde.

domingo, 18 de julho de 2010

O relógio diz que é tarde, hora de dormir. Momento pra parar. Ele tem mentido durante toda a noite...sem tempo. Falso momento, descompassa com o tempo que não pode mais voltar. Relativo são os momentos. Grandioso é o tempo, que acaba sem parar. Verdadeiro são os pensamentos, que se perdem nos ponteiros da ilusão de quem acredita controlar as horas por um instante eterno. Ilusões são desafios aos pensamentos, que começam com o dia e terminam com a noite. Eterno é o momento, incontrolável como o tempo...