terça-feira, 27 de julho de 2010

Eu poderia ter matado essa Mariposa que insiste em ficar sobre a tela do computador. Mas eu a respeitei, lhe transmiti segurança. Agora ela não sai daqui, nem faço questão. Ela não se assusta mais com o que eu escrevo, com o barulho do teclado. Parece não se importar com minha presença. Caminha sobre as palavras que estou digitando com total liberdade. Ela pode voar pra qualquer lugar, mas estou escrevendo com o olhar fixo nela, com medo de que leve minha inspiração com o bater de suas asas. Estou escrevendo para a Mariposa que está sobre a folha do meu editor de texto, e ela parece entender por que estou fazendo isso.
Bateu as asas como se estivesse querendo falar algo para mim, então voou. A escuridão do quarto me impede de ver para onde foi, mas posso sentir que pousou em minha cabeça. Sinto ela andando sobre meus cabelos, interagindo com meus pensamentos. Tento fazer o mínimo de movimento para que ela não saia daqui. Eu quero que ela habite minha cabeça, não quero que abandone meus pensamentos.
A música diz que " os animais que capturei, todos eles se tornaram meus bichos de estimação" e que "tudo bem comer peixes, pois eles não têm sentimentos". Não há trilha sonora mais apropriada para esse momento do que a voz do Kurt. Faz pensar nas diferenças extremas do universo. Tudo está interligado. Desde os grandes astros até os seres vivos. O amor pode levar a insanidade, que pode levar a morte, que pode levar a paz, que pode levar a cura do amor e com isso, ao entendimento mútuo.
O espaço e o tempo estão interligados. É teoricamente possível projetar uma nave para viajar no espaço/ tempo a uma determinada velocidade, e visitarmos o futuro. É teoricamente aceitável. Mas é impossível voltar ao passado. Pode-se voltar ao dia em que se construiu a nave e se fez a viajem, mas só. O passado é inalterável, ao contrário do futuro. Tudo aquilo que foi feito, foi. Está repousando no passado, manipulando o presente e influenciando o futuro.
Talvez a poucos minutos atrás, eu tivesse matado essa Mariposa, que repousa em minha cabeça. Confesso que não me afetaria. Pode parecer insano isso que estou escrevendo, mas você só vai entender quando tiver uma Mariposa repousando em seus pensamentos...


PS: talvez eu quisesse escrever mais, mas depois que alguém ler, será passado. Pode ser mal interpretado, por isso, deixo esse texto em aberto, para que no futuro eu saiba usar melhor as palavras, e assim, ter certeza de que fiz a coisa certa.