quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Meia hora, hora e meia.
Sol e mar, vento e areia.
Noite fria, lua cheia.
Volta agora, não demora,
volta e meia...

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

PARTE 1 - A Mulher da estrada (continuação).

Miguel tentava buscar alguma explicação para o que acabara de acontecer. Mas a serenidade daquela garota que dormia ao seu lado, o deixava completamente extasiado. Não conseguia pensar em nada. Ele, que saiu de casa aos 18 anos, com o velho Mustang que ganhou do seu avô e com um violão, nunca mais saiu da estrada. Pelas cidades por onde passou, fez amigos, mas na estrada da vida, sempre esteve sozinho. Mas depois do último Km por onde passou, Miguel sentiu que algo estava para mudar na sua vida. Aquela garota que entrou no seu velho Mustang naquela noite, não iria sair tão cedo.
Já era aproximadamente 2:30 am. O café morno já não fazia o mesmo efeito e a lua, que sempre o acompanhava, resolvera esconder-se entre as nuvens, que apareceram para fazer parte da viagem. A cidade mais próxima ficava a 100 Km daquele ponto e, segundo o mapa que Miguel carregava na memória, havia um posto de combustível juntamente com uma pequena pousada, há 10 Km. Mas o sono estava mais perto, e para manter-se na pista, o rádio toca-fitas tinha que fazer o seu trabalho. Miguel sussurrava junto com a vós que saía do toca-fitas:

"I'll go for miles
Till I find you
You say you want to leave me
But you can't choose
I've gone thru pain
Every day and night
I feel my mind is going insane
Something I can't fight

Don't leave me

A blank expression
Covering your face
I'm looking for directions
For out of this place
I start to wonder
If you'll come back
I feel the rain storming after thunder
I can't hold back..."

Nesse momento, a garota resmungou e virou as costas para Miguel. Com um movimento brusco, seu cabelo acabou revelando metade do que parecia ser uma tatuagem em sua nuca. Miguel olhou para a tatuagem, sem se descuidar com a estrada, mas não conseguia vê-la totalmente. Com muito cuidado, ele tentou descobrir o restante da nuca da jovem, e enfim pode ver do que se tratava. Era algum tipo de símbolo, o qual ele nunca tinha visto em nenhum outro lugar.

Com a mão esquerda no volante, e a direita segurando os cabelos, que roçavam na nuca dela, Miguel tentou por alguns segundos entender o que aquele símbolo significava. Foi quando ela acordou e se virou assustada para ele:
- O que você está fazendo? - disse ela, olhando fixamente para os olhos dele, assustada.
- Desculpa, não fiz por mal, estava apenas olhando sua tatuagem. - disse ele, agora com as duas mãos fixas no volante, e os olhos voltados com atenção para a estrada.
- Tatuagem? - retrucou ela.
- Sim, tem uma tatuagem na sua nuca, percebi quando você virou para o lado, enquanto dormia. É algum símbolo estranho, nunca tinha visto antes. - respondeu Miguel.
- Não quero que você fique procurando por símbolos estranhos no meu corpo enquanto eu durmo. - disse ela, com um pouco de bravura na sua voz suave.
- Tudo bem, me desculpa, isso não vai mais acontecer.
Ela não respondeu, apenas olhou para o lado. Os dois manteram o silêncio por algum tempo, até que Miguel voltou a falar:
- O que significa?
- O quê? - respondeu ela, distraída.
- A tatuagem, qual o significado dela? - insistiu Miguel.
- Eu não sei, eu nem sabia que tinha uma tatuagem na minha nuca. - disse ela, ainda olhando para o lado, onde a lua começava a exibir-se novamente.
Em meio a escuridão daquela longa estrada deserta, onde o luar dava um pouco de brilho, surge uma luz. Era a pousada juntamente com o posto de combustível, os quais Miguel já esperava que estivessem ali. Ao percebê-la, a garota voltou o rosto para ele, e com a voz suave novamente, perguntou:
- O que é aquela luz?
- É onde vamos parar para passar a noite. - respondeu, olhando para a moça.
- Então você também costuma dormir? - disse ela, com tom irônico.
- Sim, em lugares assim como este, não no meio da estrada. - agora olhando para ela com um sorriso no rosto.
- Sem graça você. - olhando para o lado, segurando um sorriso no canto da boca.
- Vamos abastecer, tomar banho e dormir. Amanhã cedo partiremos. - disse Miguel.
- Nós não vamos comer? - perguntou ela
- A essa hora da madrugada, não deve ter nada para nós. - respondeu ele.
- Mas eu to com fome, você não vai fazer nada? - indignada.
- Tem biscoitos no porta-luvas.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

PARTE 1 - A mulher da estrada


Quando a luz se apaga, é que ele enxerga tudo aquilo que não pode ver. Quando seus olhos se fecham, é que ele sente tudo aquilo que não quer sentir. Quando ele pensa que acabou, então tudo começa outra vez. O filme que está em cartaz na sua mente, é o mesmo de ontem, desde sempre...
Uma estrada vazia, cortando o deserto frio em plena madrugada. A lua cheia ilumina e faz companhia na viagem, que está apenas no início. Ninguém cruzou seu caminho nas últimas três horas. A música no toca-fitas e o café morno, mantém seus olhos abertos e o carro na pista. Um Mustang 69 Coupe. Sozinho, ele canta:

"Words are flowing out like endless rain into a paper cup,
They slither while they pass they slip away across the universe.
Pools of sorrow, waves of joy are drifting through my opened mind,
Possessing and caressing me..."

- "John estava certo." - pensou ele.
De repente, ele enxergou alguém parado à beira da estrada, logo à frente. Diminuiu a velocidade. Era uma mulher. Magra, alta, cabelos castanhos. Ela fez sinal com a mão, pedia ajuda.
- Como alguém veio parar sozinha a essa hora no meio dessa estrada deserta? - disse para si mesmo.
Passou por ela, agora ainda mais devagar e tentou ver seu rosto, mas a luz da lua não refletia o necessário para que pudesse enxergar claramente. Pensou duas, três vezes enquanto passava olhando para aquela mulher que ali estava. Olhou pelo retrovisor, fechou os olhos e pisou no freio. Ela veio correndo em direção ao carro, abriu a porta e se atirou para dentro, dando um forte e desesperado abraço naquele que nunca vira. Silêncio. Ele olhou para seu rosto, Ela estava ofegante. Seus olhos castanhos, seus lábios grossos, carnudos, ensanguentados, seu rosto sujo, de poeira e de sangue, sua calça jeans suja, rasgada, seu cutuvelo ralado. Tudo isso fazia dela a mulher mais linda que já tinha visto por todas as estradas por que passou. Ela sorria e chorava ao mesmo tempo, agradecendo àquele homem por tê-la tirado daquele deserto frio e escuro.
- Qual o seu nome, como você veio parar aqui? - perguntou ele.
- Eu não sei, e o seu? - ela respondeu.
- Meu nome é Miguel.
Ela baixou a cabeça, tomou fôlego. Seus lábios começaram a tremer. Ele esperou que ela se recomposse. Então ela olhou em seus olhos e disse:
- Eu não lembro como vim parar no meio dessa estrada deserta, no meio dessa noite escura e fria. Quando eu acordei, senti meu corpo doendo, mal tive forças de me levantar. Olhei em volta, mas tudo que via era o reflexo da luz da lua no nada. Não sei meu nome, não sei onde moro, você foi a primeira pessoa que apareceu. A única memória que eu tenho em minha mente agora é do seu rosto. Tudo o que eu tenho é você. Por favor, não me deixe aqui sozinha.
Ela começou a chorar em silêncio. Ele passou a mão em seu rosto, olhou em seus olhos e disse:
- Eu sou um viajante, ando pelas estradas sem destino nem direção. Posso te levar para aonde você quiser ir.
- Então me leve com você, me ajude a descobrir quem eu sou, prometo que não vou lhe atrapalhar. - ela disse.
- Você pode vir comigo, não vou te deixar sozinha nesta estrada, mas é só isso que eu posso fazer. Só você pode lembrar quem realmente é.
Ela ficou em silêncio, olhou pela janela do carro para o céu estrelado. Seu olhar estava tão vazio e distante quanto àquela estrada. Miguel ligou o carro e seguiu em frente, agora não mais sozinho. Ligou o toca-fitas do seu Mustang novamente, na mesma música dos Beatles.
Começou a cantarolar, quando de repente uma voz o acompanhou:

"Nothing's gonna change my world, nothing's gonna change my world..."

Miguel olhou para a jovem com espanto, e pensou:
- "Ela não lembra o nome, não sabe como veio parar aqui, não lembra de nada a respeito de sua vida, mas sabe cantar esta canção. Como isso é possível?"
Ela, distraída, olhando para o deserto, com seus olhos semiabertos devido ao sono, continuou cantando, com sua voz suave:

"Nothing's gonna change my world, nothing's gonna change my world..."

O fim, ainda que desconhecido, não chegará antes do sol nascer...
"Cuidados vãos em mim ressuscitais,
dizei me: ainda não vos contentais
de terdes, quem vos tem, tão descontente?
Que fantasia é esta, que presente
cad'hora ante meus olhos me mostrais?
Com sonhos e com sombras atentais
quem nem por sonhos pode ser contente?
Vejo vos, pensamentos, alterados
e não quereis, d'esquivos, declarar me
que é isto que vos traz tão enleados?
Não me negueis, se andais para negar me;
que, se contra mim estais alevantados,
eu vos ajudarei mesmo a matar me." - Camões.
"O tempo acaba o ano, o mês e a hora,
a força, a arte, a manha, a fortaleza;
o tempo acaba a fama e a riqueza,
o tempo o mesmo tempo de si chora.
tempo busca e acaba o onde mora
qualquer ingratidão, qualquer dureza;
mas neo pode acabar minha tristeza,
enquanto não quiserdes vós, Senhora.
O tempo o claro dia torna escuro,
e o mais ledo prazer em choro triste;
o tempo a tempestade em grã bonança.
Mas de abrandar o tempo estou seguro
o peito de diamante, onde consiste
a pena e o prazer desta esperança." - Camões.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

DEUS E O MUNDIAL

O Presidente do Grêmio marca uma reunião com Deus.
Chegando lá, ele pergunta:
- Senhor Deus, eu gostaria de saber se o Grêmio será Campeão mundial novamente.
Deus consulta seu livro, flap, flap flap (páginas do livro de Deus), e diz:
- Sim, o Grêmio será Campeão mundial novamente, ainda na sua gestão. E duas vezes...

O Presidente do São Paulo, curioso, também marca uma reunião com Deus:
- Senhor Deus, e o São Paulo, será Campeão mundial novamente?
Deus consulta seu livro, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap,flap,flap, flap, flap, flap e diz:
- Será sim, o São Paulo será Campeão mundial novamente, mas não na sua gestão.

O Presidente do Flamengo também marca uma reunião com Deus.
- Senhor Deus, e o Flamengo, será Campeão mundial novamente? Deus consulta seu livro, flap,flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap,flap,flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap e diz:
- Será sim, o Flamengo será Campeão mundial novamente, mas não na sua gestão, nem na do próximo presidente.

O Presidente do Internacional também marca a tal reunião com Deus.
- E o Internacional, será Campeão mundial novamente?
Deus consulta seu livro e ..

flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap,flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap, flap,flap, flap, flap,
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domingo, 12 de dezembro de 2010

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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O Pacto

"A data é 26 de novembro de 2005. O local é o vestiário abafado e impregnado com cheiro forte de tinta do estádio dos Aflitos, em Recife. Tranquilamente a temperatura beira os 50 graus. Um verdadeiro inferno.
Nosso personagem está sentado em um canto, sob um banco vermelho de madeira. Está empapado em suor. Mãos na cabeça, olhos fixos no chão. Coração acelerado. Busca lá no fundo do peito um pouco de oxigênio. Luta para não deixar o desespero tomar conta. Não era pra menos, minutos antes, o juiz havia marcado o segundo pênalti contra o Grêmio e expulsado três jogadores. O Náutico estava prestes a fazer o gol da vitória. Todo o trabalho de um ano estava caindo pelo ralo. Era apenas isso que passava pela cabeça. Tanto trabalho, tanta luta, tanta dedicação. Tudo indo por água abaixo.
Não era justo. Pensava na família, nos amigos, na torcida gremista que estava em Porto Alegre e que sonhava com a volta à elite do futebol brasileiro. Ele havia assumido o risco e estava falhando. Com as lágrimas misturadas ao suor que escorria pelo rosto, ele pediu ajuda. Faria qualquer coisa para que aquilo tudo terminasse diferente.
Ainda com a cabeça baixa, sentiu a presença de alguém ao seu lado. Lentamente, voltou-se para sua esquerda se deparando com aquela figura bizarra. Assustado, perguntou:
- Quem é você?
- Não imposta quem eu sou. O que importa é que estou aqui para te ajudar. Vim propor um pacto.
- Pacto? Que pacto?
- Você sabe que eu tenho poder de fazer o seu goleiro pegar esse pênalti. Muito mais que isso. Tenho poder de fazer seu time chegar à vitória.
- Você está louco! Isso é impossível! Estamos com sete jogadores em campo, não percebeu?
- Aceite a minha oferta e você verá.
- Lógico que aceito. Não tenho outra opção. Qual é o pacto?
- O Grêmio não perderá esse jogo. Seu goleiro defenderá o pênalti e vocês vão fazer 1 a 0 mesmo com sete jogadores. Serão os campeões e retornarão à elite do futebol brasileiro. Além disso, em menos de dois anos, estarão de volta em uma final de Copa Libertadores. Não vão vencer, mas estarão lá. Incrédulo, nosso personagem escuta a proposta.
- Eu aceito. O que tenho que fazer? Se tiver que vender a minha alma, eu vendo.
- Você não tem que fazer nada. O que vai acontecer é que, num período de cinco anos, seu maior adversário irá igualar suas conquistas.
- Como assim?
- É isso que você ouviu: em cinco anos, seu maior adversário vai ganhar tudo que vocês ganharam até hoje. Inclusive aquele título.
Atordoado e sem condições de raciocinar, nosso personagem ainda teve tempo de perguntar:
- E depois destes cinco anos tudo volta ao normal?
- Sim. Depois destes cinco anos, tudo estará em suas mãos outra vez. É pegar ou largar. Topa?"
Faltam cinco dias para o pacto chegar ao fim.